Fico assim, desatinada, atordoada em meu próprio espaço, e é estranho a forma que és, tempestade, chuva forte que arranca o melhor e o pior de mim ao mesmo tempo. Busco, no meio das minhas palavras, algumas conjugações para te descrever, entender o que você é, o que você faz em mim. Os meus versos me deixam na mão sem tentar te traduzir, dentro dessa loucura que é voltar a sentir. Só te peço não me deixar aqui, sei que não aguentaria repousar em outros braços que não querem se entregar loucamente para mim.
Pertencer ao outro mundo, na tentativa de te esquecer, seria eu como cartas velhas esquecidas em um porão onde moraria a solidão de te ter sem ter você por aqui. Achava eu que conhecia todas as versões do amor, até você aparecer e provar que a pior ou a melhor parte estava por vir, e doía o meu coração como nunca antes; parecia estar morto, e de repente, passou a viver com a mesma vivacidade de anos antes de encontrar você.
Peço clemência, porque sei o quanto esse novo amor pode me destruir, acabar com o meu ser e me deixar assim, sem nenhuma razão para persistir, envolta a essa agonia que é amar você. Falo e vivo todos os clichês da vida sem sair daqui. Como poetisa, escrevo essa carta eletrônica repleta de exageros, anulando imperfeições minhas que não te fazem sorrir. Algumas delas vêm nos assombrar, destruindo o real amor com curvas, vacilos e algumas vezes até ingratidão. Mas com a beleza desses mesmos olhos que enxergam defeitos em mim e em você, são os mesmos cheios de arte, que pedem clemência, paciência e refazem todo o ser só para você lembrar que sempre seremos a melhor resposta que podemos dar.
Autora: Jonatielen Silva e Silva
0 comentários:
Postar um comentário