Ingrato amor


Você era para mim. Você era pra mim e o tempo provou que não era para chegar o nosso fim. Você era para mim e eu, tão imatura, deixei você ir. Agora me encontro aqui, tentando respirar em meio a uma crise existencial, com vontade de retornar, ficar onde não deveria sair. Seria fragilidade minha falar tudo o que penso sobre você? Espalhar-me por todos os lugares com a tentativa de não te esquecer, eternizar tudo que sinto escrevendo você? Estou perto de surtar, idealizando uma verdade que é apenas minha, deixando rastros de um amor ingrato que precisou perder para perceber os porquês de não ir embora dali. 

Me diz o que restou do nosso velho amor. Ainda tem aquele mesmo jeito de sorrir, as loucuras não contadas para os nossos pais, as madrugadas abraçados sobre o vento frio da noite? Me diz o que ainda restou do nosso velho amor. Ainda existe a segurança que tínhamos quando estávamos juntos e a complexidade de entendermos dentro da nossa intensidade? O que ainda existe do nosso amor? Preciso saber! Só assim vou voltar a viver. Ah! O nosso amor, tão poético, com poucos dias contados só sabia queimar, nem soube pensar no tardio amanhã que vinha ao nosso encontro. Queria tanto essa versão de amor tranquilo que é paciente ao queimar. Lá no nosso antigo amor para durar, agora estaríamos de frente para o primeiro pôr do sol que assistiu a gente a nos namorar. Ah, antigo amor! Lamento profundamente por ter saído de onde deveria ficar.

Autora: Jonatielen Silva e Silva 


                                                                          

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