Sinto Sua Falta

Sinto sua falta.

Sinto sua falta mesmo quando estou acompanhada 

mas mergulhada na solidão.

Sinto sua falta

quando nada vai bem

e não há sua presença para me consolar,

para segurar a minha mão.

E, para muitos, talvez seja só uma ilusão 

essa ausência sua que assombra o meu coração.

Sinto sua falta…

Carrego em silêncio os ecos das nossas conversas,

os versos sussurrados da nossa paixão,

do tempo em que tudo era rico,

simplesmente porque você escutava minhas canções.

Sinto sua falta,

e tudo pesa

quando lembram da sua existência

fora de mim.

Podem dizer que é loucura

te guardar assim 

tão perto na memória,

tão longe da realidade.

Mas talvez seja esse o nome certo

para um amor sem fim.

Sinto sua falta…

e isso me faz fugir de mim.

Jonatielen Silva 

 O Amor é Trágico

O amor é trágico.

E posso provar.

É trágico de um jeito que poucos conseguem explicar.

Tão trágico, mas tão trágico,

que nem os versos alcançam a emoção que sufoca

e, ao mesmo tempo, respira no mesmo lugar.

O amor é trágico…

e, por isso, me faz rir e chorar.

Como amar?

Amar esse alguém que insiste em não me contar

que, por muito tempo, esperou e desejou outra em meu lugar?

Mas me diga… como amar?

Amar esse outro alguém que um dia disse “voltarei”,

regressando às rimas da desilusão

e me lembrando do pior de mim?

Ah… como amar é trágico!

Mais uma vez, outro alguém me disse

que amar até perder a si mesmo

é privilégio de quem acredita

na magia de permanecer.

E que trágico, de fato,

seria não amar.

O amor é trágico de um jeito que não nos deixa pensar.

Faz-nos sair do nosso lugar,

para pertencer a quem nunca seria o nosso lar.

E tudo isso… por amar.

Essa tragédia que é o amor

sangra em mim, impedindo-me de voar.

Mas o que posso fazer

dentro dessa loucura que é amar?

Como é trágico… amar.

Jonatielen Silva

Consigo ver no teu sorriso traços de um amor esquecido.

Tá se curando,

Consigo ver no teu olhar um mundo que, há muito, rejeitaste experienciar.

Viraste refrão das músicas,

Rima das poesias.

Ponte te tornaste,

Conectando-te a outros mundos,

Libertando-te das cargas que um dia fizeram sangrar teu coração.

Tá se curando…

E és tão lindo no caminho que segues.

Segues pelas tempestades,

Pelo sol mais brilhante,

Pelas palavras que não tiveste tempo de dizer, mas segues…

Só não por enredos que não são teus,

Pois disso tua alma está farta,

E ensinamentos já não há mais ali.

Tá se curando,

E tua arte de viver,

De ser, é a mais bela dentre as contempladas pelo meu existir.

Que vás! E que sejas tudo o que carregas dentro do teu ser.

Jonatielen Silva

Traços são pequenos riscos que formam desenhos ilustrativos,

caracterizando o imaginário.

Traços…

São também sinônimo de vazio,

pedaços denunciados pela solidão.

Traços são tudo o que me resta

quando não encontro as tuas mãos.

Sem muita razão, desfaço-me nos braços da emoção

e, por algumas horas ou dias,

posso jurar que, sem os teus traços,

meu eu não sobreviveria longe do teu lugar.

Traços…

Em toda parte,

são pedaços espalhados,

esperando o teu regresso

para colar,

respirar

e voltar a imaginar,

escrevendo versos e poesias ao retornar.

Traços são tudo o que não sou

quando consigo te achar.

Fragilizada por esse sentimento

que insiste em te fazer ficar,

vivo uma dualidade entre fraqueza e coragem,

lutando contra a tua ausência,

que transforma meu ser

nas poesias que escrevo.

Canção da minha alma,

pois vivo pintando os teus dias com meus fazeres,

só para que tu compreendas:

és o traço mais bonito do meu viver.

Jonatielen Silva

E por amor quase morri.

Prendem-me a ti,

E, com saudades tuas, sofri.

Prendem-me a ti,

E era angustiante ver-te partir

Enquanto eu me esforçava para te reter.

Prendem-me a ti…

Não vias vantagem no meu querer,

E o meu amor só me prendia

Dentro de um porão chamado ilusão.

Feria minha alma, sufocava o teu coração,

Amarga ilusão que nem ao menos

Alimentava o meu próprio coração.

Prendem-me a ti,

E grande era a minha loucura.

Não percebia que amor não amado

Sempre tem um fim.

Prendem-me a ti,

E vi meu ser partir e se repartir.

Prendem-me a ti,

E, aos poucos, perdi-me…

Ganhei-me,

Quando abri mão dessa ilusão

Que rasgava os nossos corações.

Autora: Jonatielen Silva